sábado, 30 de maio de 2009

O Vôo da Águia

O VÔO DA ÁGUIA

Cmt. Av. Solano Medina Filho

Na imensidão da abóbada celeste onde o homem frente à realidade e a extensão do horizonte infindável, assusta-se, apavora-se e chega as raias, próximo, muito próximo da covardia, neste preciso momento é que o insignificante homenzinho necessita alguém que lhe reforce a fé, a crença e tudo aquilo em que ele pensa que é e acredita que possa fazer.
Neste momento é que o mestre com toda a sua sabedoria em razão e função de ter passado e vivido a época e os momentos pelo qual seu pupilo está passando e vivendo, sabe exatamente a profundidade e extensão, complexidade, bem como, a responsabilidade em dotar de condições, orientar, apoiar e principalmente “ALAR” seu aluno.
Ó! Grandes mestres.
Alço vôo, volto ao passado, quedo-me recordando dos nossos vôos elementares com os instrutores, grandes amigos e companheiros “FIFA E DANIEL”.
Eu, aluno aprendendo os primeiros passos e dotado de asas.
Lanço meu olhar no infinito onde a função dos sentidos natural limita a capacidade material, apego-me aos ensinamentos e conhecimentos teóricos e práticos, os quais, foram-me transmitidos junto com macetes revestidos de carinho, amor, tolerância, compreensão e sobretudo da grande responsabilidade inerente a profissão e função que desempenha um “AVIADOR”.
A geradora que dá continuidade à “espécie” sempre procura proteger seu filhote.
Sinto e embalo-me nas recordações do filhote recém nascido e encarrapitado no cume de um imenso e alto rochedo com centenas de metros de altura, que olha sua mãe alçar vôo, desintegrar-se no horizonte, e tal qual o mágico de ÓZ, retornar, primeiro, apenas um minúsculo ponto no horizonte para logo em seguida, crescer, aumentar e avolumar-se com suas imensas asas, com aquele maravilhoso perfil aerodinâmico, aquela envergadura proporcional, demonstrar, através de movimentos acrobáticos os primeiros ensinamentos de tração, arrasto, peso, sustentação, resultante aerodinâmica, planeio, velocidade, mergulho, recuperação, orientação, navegação e principalmente respeito às normas naturais.
Nada mais nem menos que a transmissão da teoria e prática de vôo.
Uma voz vem me tirar do meu devaneio, pergunta-me um passageiro quanto tempo ainda teremos de vôo, volto a mim, saio a contragosto do meu devaneio, retorno a conferir a instrumentação de bordo, visto que, a aeronave encontra-se no modo de piloto automático, lanço meu olhar aos recônditos do horizonte em busca de alguma formação ou frente, novamente, confiro os instrumentos, verifico a varredura do radar de detectação de turbulência estática ou dinâmica, nada em registro, o céu é de Brigadeiro, mar de Almirante e terra de General, está límpido.
Logo, surgem em minha mente duas faces muito conhecidas e queridas: “FIFA E DANIEL”, num impulso incontrolável viro-me e digo aos meus passageiros “SOU UMA ÁGUIA”.
Dedico com todo o meu carinho, respeito e profundo apreço esta pálida homenagem aos “COLEGAS AVIADORES”, em especial, aos dois grandes instrutores e homens da aviação brasileira em decorrência de suas dedicações, seriedade e abnegação em formar profissionais para servir este imenso continente que chamamos com amor de “BRASIL”.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

DECORRENTE DO DESLEIXO OCORRE NOVAMENTE

Cmt. Av. Solano Medina Filho

Em 1995 dediquei uma coluna ao MMº. Juiz Dr. ROBERTO ANTONIO MASSARO então, Juiz de Direito da Vara da Infância e da Juventude, Família e Anexos, também, Diretor do Fórum da Comarca de Paranaguá-PR com o título: “UM MAGISTRADO DE VISÃO.”
Tal coluna foi decorrente da Portaria nº 07/95 que continha no seu teor o que segue: “CONSIDERANDO a necessidade de regular a circulação e permanência de pessoas nas dependências do Fórum, principalmente em relação à condução de presos e ou menores infratores e, observando-se que a Delegacia de Polícia local está encaminhando réus presos e infratores acompanhados de funcionários locais sem habilitação policial.”

RESOLVE:

PROIBIR expressamente a permanência de pessoas armadas nas dependências deste Fórum, salvo em sendo policiais militares, civis, federais e ou reservadas em serviço.
Recomenda-se aos servidores a fiel observância e fiscalização.
PUBLIQUE-SE.
REGISTRE-SE.
CUMPRA-SE.
Paranaguá, 22 de junho de 1995
ROBERTO ANTONIO MASSARO
Juiz Diretor
Tempo depois, ocorreu um fato no edifício dos Juizados Especiais em Curitiba onde um cidadão que aguardava audiência no Juizado Criminal e, que tinha adentrado naquele recinto armado com um revolver, culminou por disparar sua arma alvejando sua esposa, sogro, sogra e mais uma pessoa que se encontrava naquela dependência, ainda, tomou como reféns 08 (oito) pessoas.
No dia 18/05 do corrente ano, segunda-feira, mais uma ocorrência bárbara teve como palco o Fórum de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, que sofreu invasão de facínoras com o intuito de resgatar preso que lá tinha sido conduzido para oitiva da sentença, que finalizou com a morte de um dos bandoleiros.
Volto a reprisar o que tinha expressado na coluna anterior (1995): “é bem melhor prevenir do que remediar.”
Diz o provérbio: “Tenho conhecimento de dois tipos de ocorrência, a que ocorreu e a que virá a ocorrer, via de regra, algum dia ocorrerá.”
Na maioria das vezes por descuido, negligência, imperícia ou mesmo descaso, paga-se um preço muito alto, uma vida não tem cotação em valor intrínseco financeiro, ainda que seja de um malfeitor, visto que, desta vez foi um bandido na próxima poderá ser um cidadão de bem ou uma autoridade.
Se, os responsáveis pelos Fóruns das Comarcas do Estado do Paraná agissem da forma que agiu o Juiz de Direito Roberto Antonio Massaro, o deplorável acontecimento em Curitiba e São José dos Pinhais, possivelmente, não tivesse ocorrido.
Portanto, elogiável a atitude do referido Magistrado já naquela época.
Cabe aqui uma sugestão ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná: dotar os diversos Fóruns existentes com um detector de metais, bem como, alavancar outros meios a fim de identificar aqueles que transitam naquelas dependências da justiça portando armas, sejam elas de fogo ou brancas, ressalvando-se policiais das diversas instituições e militares das armas (Exército, Marinha e Aeronáutica).
Juizes, Promotores, Advogados, Escrivões e auxiliares da justiça, bem como, jurisdicionados, são os que mais estão expostos a este tipo de violência na casa da justiça.
De maneira alguma se justifica alguém que se dirige ao Fórum em busca do seu direito ir armado, muito menos, fazer justiça com as próprias mãos.
No atual contexto referente à violência a qual medra por todos os lados, prevenção e segurança, principalmente, na atualidade, não podem e nem devem ser negligenciadas.
Controle, bom senso e antecedência não caracterizam cerceamento do direito e da atividade profissional de quem quer que seja.
http://solanomedina5.blogspot.com

quarta-feira, 6 de maio de 2009

FUNDO DO POÇO

FUNDO DO POÇO

Cmt. Av. Solano Medina Filho


Após uma longa, aparentemente, infindável má condução pública, enfim, o Congresso Nacional chegou ao fundo do poço; chegou porque imperou o corporativismo diretamente proporcional ao que se refere à condução de homem público, ética, moral, honestidade e caráter.
Estas condições são objetivas e não subjetivas, portanto, os brasileiros só têm a lamentar outorga que concederão a estes homens como seus representantes.
Porém, ledo engano que o mandato pertence ao partido e não ao candidato eleito.
Volto a dizer, ledo engano, visto que, por analogia, o mandato pertence ao povo, através de cada voto que nada mais é que uma procuração, estes senhores deveriam desempenhar suas funções com dignidade, honradez, moral e excessiva ética a fim de legislar em benefício do povo e não em proveito próprio como tem sido useiro e vezeiro.
Salvo melhor juízo, está na hora do povo revogar algumas (maioria) procurações, num movimento nacional suprapartidário e alijar do Congresso Nacional de uma vez por todas, estes cancros que estão corroendo as entranhas do país em detrimento da maioria esmagadora dos brasileiros, já que, somente uma minoria que compõe a escol é que se beneficia altamente através da corrupção, do ilícito e do imoral dos esforços de toda uma nação.
Sempre fui um dos ferrenhos defensor do regime democrático, da ideologia, doutrina, filosofia e dogma, contudo, ultimamente tenho tido preocupante dúvidas sobre o emprego da democracia em um país, que na sua maioria é semi-escolarizado e sem cultura, decorrendo daí, falta de consciência e entendimento sobre direitos e deveres, público e privado.
Continua a política do “gersinho”, tem que se levar vantagem em tudo, continua a política de dificultar as coisas para se poder vender a facilidade, neste contexto, conclui-se que isso se chama custo Brasil.
Gostei muito das palavras proferidas pelo Excelentíssimo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Doutor Joaquim Barbosa quando disse: “saia à rua”.
Se os Congressistas saíssem pelas ruas e conversassem com o cidadão comum, teriam uma visão profundamente abalizada do que pensa atualmente o povo em relação aos poderes da nação com máximo relevo ao Congresso Nacional, no entanto, preferem escutar os “aspones”, “vivandeiras”, psitaciformes de piratas” e “beócios”, tanto internamente como nas famosas bases, quando não, congressista que diz que o povo lá não vai.
Chega-se ao cúmulo de “assessores?” que se amontoam nos gabinetes, provavelmente, quando lá vão, recebem correspondências, principalmente por e-mail, e sequer le e passa para o “chefe”, essencialmente, se forem “criticas, comentários e/ou sugestões”, via de regra, respondem, quando respondem, como “robot” automatizado e dotado de “chip select line” devidamente dimensionado e direcionado para as funções acima mencionadas.
Hoje se tem internet e blog’s, qual não é a surpresa quando determinado político e/ou autoridade em geral se depara com matérias nos formatos de colunas, crônicas e/ou reportagens que seriam de sumo interesse dos referidos, no entanto, seus “assessores?” simplesmente se desembaraçam delas para não deteriorar o dia do “chefe” que tem afazeres mais importantes, diga-se de passagem, “que importante é!”.
Recentemente assistimos algumas medidas e mudanças no Congresso, contudo, medidas parcimoniosas e mudanças tímidas, as quais, no seu transcorrer, recebem tantas modificações que tudo volta a ser como dantes no quartel de Abrantes.
O pronunciamento da sua Excelência Senador José Sarney, Presidente do Senado e ex-Presidente da República, no mínimo, é por demais hilário, considerando que nunca se soube que o subordinado investigasse seu superior de quem recebe ordens para o procedimento investigatório, aqui cabe o blague, rs, rs, rs,rs (rs corresponde a risadas), visto que, só pode tratar-se de uma pilhéria.
De acordo com a Constituição, investigação, mesmo tratando-se do Senado, é de competência do Ministério Público e da Polícia Judiciária, neste caso, Polícia Federal e não como sua Excelência Presidente do Senado quer que seja, pela Polícia do Senado.
Só pode mesmo tratar-se de uma piada e muito engraçada.