terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A POLÊMICA DO JOGO (II)




Cmte. Solano Medina Filho





Continua se falando muito, continua se dizendo muito. A polêmica medra por todos os círculos, nos diversos segmentos da nossa sociedade, uns contra, muitos, esmagadoramente, favoráveis; mas o que realmente deve-se dizer sobre o “JOGO DE AZAR”, continua não se dizendo.
Os famosos mensageiros da moral e bons costumes continuam dizendo: “Nada melhor do que em matéria de algo, porém...” diz tudo e não diz nada e, continuam fazendo parte do problema e não da solução.
Os versos e as prosas continuam na boca dos trovadores, trovadores estes que continuam sustentando que o “JOGO” oficializado não traria nenhum benefício, antes, porém, enorme malefício.
Envergando seus pretensos vestais imaculados, propagam em alto e bom tom que os Países que exploram a jogatina não apresentam resultados benéficos.
Comentam que o “JOGO” servirá apenas para o aumento do índice da criminalidade, que será a porta para a lavagem do dinheiro proveniente do narcotráfico (como se já não tivéssemos tóxicos sendo comercializados e usados, pior, no interior das escolas e colégios) e de outras conseqüências desagradáveis.
Que aumentaria o índice da prostituição (como já não tivéssemos meretrizes fazendo seu “troitoa” em pleno centro das cidades, clubes, festas públicas, rodoviárias e rodovias) e, que apenas uns poucos iriam se beneficiar.
Bem! Volto novamente a colocar sob a lente de aumento a questão do “JOGO DE AZAR” no Brasil.
Temos todo o tipo e modalidade de jogos que são praticados pelo povo diariamente. (usos e costumes)
Os Governos Federal e Estadual continuam explorando o “JOGO” em todas as suas formas e aspectos imagináveis, com isso, fazendo com que se dilua a qualidade do bem jurídico por ele (governo) abrigado, visto que, tolera, explora e concede autorizações para ser explorado.
Temos a loteria estadual, loteria federal, lotopar, raspinha, loteria esportiva, loto, sena, quina, mega sena, premiatta, pimba, bingo, turfe e etc.
Praticam-se jogos nos parques de diversões, quermesses de igrejas e beneficentes, briga de galo, canarinho, jogo do bicho, corrida de cães, videopôquer, vídeo-bingo, caça-níqueis, rifas (em casas de carteado e/ou carpetas ou tunguetes, além de outros locais) e por aí afora.
Continua e recrudesce as já famosas modalidades dos sorteios nas emissoras de televisão, em que, o telespectador vota “SIM” OU “NÃO” e concorre a rádio, televisão, micro-ondas, bicicleta, motocicleta, celular, automóvel, casa, apartamento, dinheiro, viagens, geladeira, fogão, enceradeira, computador, etc., para tanto, basta efetuar uma ligação telefônica ao custo de R$ 3,95(três reais e noventa e cinco centavos) para habilitar-se e concorrer na contemplação de um desses prêmios ou do conjunto de prêmios.
Ora bolas, isso nada mais é do que “JOGO DE AZAR”.
Alguém está ganhando muito, muito mesmo. Os que estão ganhando muito são poucos, são grupos minoritários que estão a encher os bolsos.
Este continua sendo o quadro no Brasil com referência ao “JOGO DE AZAR”.
Bem se vê que na prática, legal e ilegal, o “JOGO” é existente, isso, sem contar modalidades de jogos que no momento não me recordo por serem tantas as alternativas e modalidades.
Se computar os jogos existentes de fato, embora não sejam reconhecidos de direito (continuando a constar como contravenção) e, que permanecem na clandestinidade, concluímos então que: “O BRASIL (coberto e descoberto) É O MAIOR CASSINO DO MUNDO”.
Naturalmente, quando as vozes que se elevam, contrárias à oficialização e legalização do “JOGO” no País (verdadeiros arautos da moral e dos bons costumes), deixam de dizer, que até as nações limítrofes ao Brasil e que exploram o “JOGO” em todas as suas modalidades têm interesses, pressionam e continuam gastando fortunas destinadas a pagar “Lobbys” e outros (e que outros !!!!! ) no sentido de que nosso País não legalize o jogo.
Deixam de dizer sobre a grande fuga de divisas e sonegação de impostos, via de regra, joga-se dentro e fora do Brasil, legal e ilegalmente.
Volto a reprisar, se o jogo clandestino for oficializado, legalizado, muita folhas de pagamentos irão se extinguir e, isto não é bom para uma MINORIA que teima em manter determinados jogos a margem da lei , lei esta, que sempre esteve desmoralizada em função dos enormes interesses (em tempo), interesses em “JOGO”.
Por outro lado, salvo melhor juízo, entendo que: Proíba-se, definitivamente a exploração de todo e qualquer jogo no país, e/ou, legaliza-se e se regulamenta todos os jogos que encontram-se na clandestinidade.
O que não deve nem pode continuar é o uso de dois pesos e duas medidas e, pior, certos jogos em programas televisivos contarem com a proteção do governo, ficando, neste caso, protegidos por uma “estranha permissão legal”.
Destituído de prepotência ou propriedade da verdade, sou uma das pessoas favoráveis à legitimação e oficialização de todas as modalidades de jogos existentes no Brasil, recordando que, o jogo já foi oficial e legal no país, tendo sido abolido pelo então Presidente EURICO GASPAR DUTRA e, de lá para cá recrudesceu a jogatina generalizada e desenfreada assim como modalidades, contudo, beneficiando uns poucos e concorrendo com o aumento da corrupção e a inexistência da punição, até porque, os Governos perderam a qualidade, legalidade e a moral para punir, pois volto a reprisar; “eis que toleram, exploram e concedem autorizações para exploração de jogos”.
Portanto, continuo defendendo que é bem melhor desenvolvermos mecanismos de controle, através de comissões que representem todos os segmentos da sociedade, e impormos taxas e impostos compensativos, isso, sem falar na gama imensa de outros benefícios, dentre eles, o próprio turismo e a tão necessária ocupação da mão de obra ociosa.
Com referência a um possível aumento do índice de criminalidade, que se destinem verbas polpudas para melhor remunerar os integrantes dos órgãos de segurança, equipando-se eficazmente o aparelhamento e as Polícias.
A tecnologia aí está para servir o homem, para servir à sociedade, bastando para isso, que se tenha vontade e se reconheça o DIREITO daqueles que querem JOGAR.
Uma das vigas mestras da DEMOCRACIA se alicerça no DIREITO DE IR E VIR e na maioria.
Ninguém é obrigado a JOGAR. Por outro lado, ninguém pode ser cerceado no DIREITO e VONTADE de JOGAR e, o País, na sua maioria, quer a LEGITIMAÇÃO E OFICIALIZAÇÃO DO JOGO, EM BENEFÍCIO DE UM TODO E NÃO DE UNS POUCOS.

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Um comentário:

  1. As matérias aqui postadas são interessantes e de muita valia, para pesquisa referente aos entendimentos sobre o universo de assuntos. Parabéns ao autor, continue postando maior número de matérias. Sou sua seguidora. Adriana.

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